Morgan Rice - Um Destino De Dragões

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UM DESTINO DE DRAGÕES (Livro #3 da Série: O Anel do Feiticeiro) mergulhará os leitores cada vez mais profundamente na jornada épica de Thor para converter-se em um guerreiro enquanto ele viaja através do Mar de Fogo até a Ilha da Névoa do Dragão. Um lugar implacável que abriga os guerreiros de elite do mundo. Os poderes e habilidades de Thor se desenvolvem enquanto ele treina. Suas amizades se aprofundam também, à medida que eles enfrentam juntos, adversidades superiores ao poderiam imaginar. Mas como eles estão diante de monstros inimagináveis, A Centena rapidamente deixa de ser apenas uma sessão de treinamento para tornar-se uma questão de vida ou morte, a qual nem todos vão sobreviver. Ao longo do caminho, os sonhos de Thor, juntamente com seus encontros misteriosos com Argon continuarão a atormentá-lo; a pressioná-lo para tentar aprender mais sobre quem ele é; sobre quem é sua mãe; sobre qual é a origem dos seus poderes. Qual é o seu destino? No Reino do Anel os assuntos estão ficando muito piores. Como Kendrick está preso, Gwendolyn sente sobre seus ombros a responsabilidade de tentar salvá-lo, para salvar o Anel por destituir seu irmão Gareth. Ela inicia, junto com seu irmão Godfrey, uma verdadeira caçada em busca de pistas para encontrar o assassino de seu pai, e ao longo do caminho, os dois se tornarão muito mais próximos, unidos pela causa. No entanto, Gwendolyn encontra-se em perigo mortal já que ela chega bem perto da verdade e ignora o perigo em que se encontra.

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Pior do que isso, pela primeira vez em sua vida, Gareth se sentia inseguro sobre si mesmo. Durante toda a sua vida, ele tinha visto o seu destino de forma clara. Ele tinha certeza de que estava destinado a tomar o lugar de seu pai, de que governaria e de que manejaria a espada. Sua confiança foi abalada ao máximo. Agora, ele não tinha certeza de nada.

O pior de tudo era que ele não conseguia parar de ver a imagem do rosto de seu pai, logo antes de tentar erguer a espada. Teria sido aquela, de fato, sua vingança?

“Bravo.” Disse uma voz lenta, sarcástica.

Gareth virou-se chocado ao perceber que alguém estava com ele em seus aposentos. Ele reconheceu a voz de imediato; era uma voz com a qual ele tinha ficado muito familiarizado com o passar dos anos, uma voz que ele tinha vindo a desprezar. Era a voz de sua esposa:

Helena.

Lá estava ela, em um canto da sala, observando-o enquanto fumava seu cachimbo de ópio. Ela respirou fundo, segurou a respiração e depois exalou lentamente o ar. Seus olhos estavam vermelhos e ele podia ver que ela tinha estado fumando por muito tempo.

“O que está fazendo aqui?” Ele perguntou.

“Afinal de contas, este é meu quarto nupcial.” Ela respondeu. “Eu posso fazer o que eu quiser aqui. Eu sou sua mulher e sua rainha. Não se esqueça. Eu governo este reino, tanto quanto você. E depois de seu desastre hoje, na verdade, eu usaria a palavra governar muito vagamente.”

O rosto de Gareth ficou vermelho de raiva. Helena sempre encontrava a maneira de dar-lhe um tapa com luvas de pelica e no momento mais inoportuno. Ele a desprezava mais do que qualquer mulher em sua vida. Ele mal podia conceber que tinha concordado em se casar com ela.

“É mesmo?” Gareth disse entre dentes, virando-se e marchando em direção a ela, fervendo de raiva. “ Sua ordinária! Você esquece que eu sou o rei e que eu posso mandar prendê-la, como posso prender qualquer outra pessoa do meu reino, seja você minha mulher ou não.”

Ela se burlou dele com fungado sarcástico.

“E daí?” Ela retrucou. “E você daria motivos para que seus novos súditos especulassem sobre sua sexualidade? Não, duvido muito disso. Não no mundo intrigante de Gareth. Não na mente do homem que se preocupa mais do que ninguém com o que as pessoas pensam dele.”

Gareth parou diante dela, percebendo que ela tinha uma maneira de ver através dele que o incomodava até o mais íntimo de seu ser. Ele entendeu a ameaça dela e percebeu que discutir com ela não serviria de nada. Então, ele ficou ali, em silêncio, esperando, com os punhos fechados.

“O que é que você quer?” Ele disse lentamente, tentando controlar-se para não acabar fazendo algo precipitado. “Você não viria a mim se não quisesse alguma coisa.”

Ela riu um riso seco, zombeteiro.

“Eu tomarei qualquer coisa que eu quiser. Eu não vim aqui para pedir-lhe nada. Mas sim, para lhe dizer uma coisa: todo o seu reino acabou de testemunhar seu fracasso ao tentar elevar a espada. Onde isso nos deixa?”

“O que você quer dizer com nos ?” Ele perguntou tentando imaginar aonde ela queria chegar.

“Seu povo agora já sabe o que eu sempre soube: que você é um fracasso. Que você não é o Escolhido. Parabéns. Pelo menos agora isso é oficial.”

Ele rebateu.

“Meu pai não pôde empunhar a espada. Isso, efetivamente, não o impediu de governar como rei.”

“Mas afetou o seu reinado.” Ela retrucou. “Cada momento dele.”

“Se você está tão infeliz com minha incapacidade…” Gareth disse irritado. “… Por que você simplesmente não deixa este lugar? Deixe-me! Acabe com a paródia de nosso casamento. Eu sou o Rei agora. Eu não preciso mais de você.”

“Fico feliz que você tenha tocado nesse ponto…” Ela disse. “… Porque essa é precisamente a razão pela qual eu vim aqui. Eu quero que você termine o nosso casamento oficialmente. Eu quero o divórcio. Há um homem que eu amo. Um homem de verdade . De fato, um de seus cavaleiros. Ele é um guerreiro. Nós estamos apaixonados. A diferença de qualquer amor que eu tenha tido, o nosso amor é verdadeiro. Divorcie-se de mim, assim eu poderei deixar de manter esse assunto em segredo. Eu quero que o nosso amor seja público. Eu quero me casar com ele.”

Gareth olhou para ela chocado, sentindo-se vazio por dentro, era como se um punhal tivesse acabado de ser mergulhado em seu peito. Por que Helena tinha de aparecer? Por que ela tinha de aparecer justo naquele momento? Era demais para ele. Ele se sentia como se o mundo estivesse chutando-o enquanto ele estava caído.

Apesar de si mesmo, Gareth ficou surpreso ao perceber que ele tinha alguns sentimentos profundos por Helena, porque quando ele ouviu as palavras sérias dela pedindo-lhe o divórcio, ele sentiu algo estranho dentro dele. Isso o perturbou. Apesar de si mesmo, ele percebeu que não queria divorciar-se dela. Se a ideia tivesse partido dele, seria diferente, mas a ideia veio dela. Ele não queria que ela conseguisse fazer suas vontades, não tão facilmente.

Acima de tudo, ele se perguntava como um divórcio iria influenciar o seu reinado. Um rei divorciado levantaria muitas perguntas. E, apesar de si mesmo, ele se encontrou com ciúmes do cavaleiro. Ele estava ressentido com ela por ela ter esfregado na cara dele sua falta de masculinidade. Ele queria vingança. Queria vingar-se dela e de seu amante.

“Você não pode contar com o divórcio.” Ele retrucou. “Você está unida a mim. Atada como minha esposa, para sempre. Eu nunca vou deixar você livre. E se eu encontrar esse cavaleiro com o qual você está me traindo, eu vou mandar torturá-lo e executá-lo.”

Helena rosnou para ele.

“Eu não sou sua esposa! Você não é meu marido. Você não é homem. A nossa é uma união profana. Desde o dia em que foi forjada. Foi uma parceria organizada pelo poder. A coisa toda me repugna, sempre me deu nojo. Isso arruinou minha única chance de realmente estar casada.”

Ela respirava pesadamente, sua fúria era crescente.

“Você vai me dar o divórcio, ou eu vou revelar para todo o Reino a classe de homem que você é. Você decide.”

Com isso, Helena virou-lhe as costas, marchou pela sala e saiu pela porta aberta, sem nem mesmo se preocupar em fechá-la atrás de si.

Gareth ficou sozinho no quarto de pedra, ouvindo o eco dos passos de Helena e sentiu um intenso calafrio atravessar seu corpo, ele não podia parar de tremer. Havia ainda alguma coisa estável a qual ele pudesse apegar-se?

Enquanto Gareth ficou ali, tremendo, olhando a porta aberta, ele se surpreendeu ao ver alguém mais passar por ela. Ele mal teve tempo de processar a conversa com Helena, de analisar todas as suas ameaças, quando entrou um rosto muito familiar: Firth. Seus habituais passos saltitantes mudaram quando ele entrou na sala timidamente, com um olhar de culpa no rosto.

“Gareth?” Ele perguntou, soando inseguro.

Firth olhou para ele com os olhos arregalados e Gareth podia ver que ele realmente se sentia muito mal. Ele devia se sentir mal, Gareth pensou. Afinal de contas, tinha sido Firth quem tinha lhe dado a ideia de empunhar a espada; quem finalmente, o tinha convencido; quem o fez pensar que ele era mais do que realmente era. Sem Firth sussurrando tudo isso em seus ouvidos, quem sabe? Talvez Gareth nem sequer tivesse tentado erguer a espada.

Gareth se virou para ele, fervendo. Em Firth ele finalmente encontrou um objeto ao qual dirigir toda a sua raiva. Afinal, Firth foi quem matou seu pai. Para começar a história, foi Firth, esse garoto estúpido dos estábulos, quem tinha causado toda aquela confusão. Agora ele era só mais um sucessor fracassado da linhagem dos MacGil.

“Eu odeio você.” Gareth enfureceu. “Que tal suas promessas agora? O que me diz de sua confiança em que eu levantaria a espada?”

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