Eca de Queiros - Romancistas Essenciais - Eça de Queirós

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Romancistas Essenciais - Eça de Queirós: краткое содержание, описание и аннотация

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Na coleção Romancistas Essenciais o crítico August Nemo apresenta autores que fazem parte da história da literatura em língua portuguesa.
Neste volume temosEça de Queirós, o único romancista português a conquistar fama internacional em sua época – atualmente o autor já foi traduzido para mais de 70 idiomas. Em seu tempo ele era polêmico por críticar as instituições nacionais, o clero e os costumes da classe média em saus obras. Seu romance O Crime do Padre Amaro foi o seu primeiro grande trabalho, um marco inicial do Realismo em Portugal.
Não deixe de conferir os demais volumes desta série!
Essa obra inclui:
– O Crime do Padre Amaro.
– O Primo Basílio.

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O seu amor era pois uma infração canônica, não um pecado da alma: podia desagradar ao senhor chantre, não a Deus; seria legitimo num sacerdócio de regra mais humana. Lembrava-se de se fazer protestante: mas onde, como? Parecia-lhe mais extraordinariamente impossível que transportar a velha Sé para cima do monte do Castelo.

Encolhia então os ombros, escarnecendo toda aquela vaga argumentação interior. "Filosofia e palhada!" Estava doido pela rapariga, - era o positivo. Queria-lhe o amor, queria-lhe os beijos, queria-lhe a alma... E o senhor bispo se não fosse velho faria o mesmo, e o papa faria o mesmo!

Eram às vezes três horas da manhã, e ainda passeava no quarto, falando só.

Quantas vezes João Eduardo, passando alta noite pela Rua das Sousas, tinha visto na janela do pároco uma luz amortecida! Porque ultimamente João Eduardo, como todos que têm um desgosto amoroso, tomara o hábito triste de andar até tarde pelas ruas.

O escrevente, logo desde os primeiros tempos, percebera a simpatia de Amélia pelo pároco. Mas conhecendo a sua educação e os hábitos devotos da casa, atribuía aquelas atenções quase humildes com Amaro ao respeito beato pela sua batina de padre, pelos seus privilégios de confessor.

Instintivamente porém começou a detestar Amaro. Sempre fora inimigo de padres! Achava-os um "perigo para a civilização e para a liberdade"; supunha-os intrigantes, com hábitos de luxúria, e conspirando sempre para restabelecer "as trevas da Meia-Idade"; odiava a confissão que julgava uma arma terrível contra a paz do lar; e tinha uma religião vaga - hostil ao culto, às rezas, aos jejuns, cheia de admiração pelo Jesus poético, revolucionário, amigo dos pobres, e "pelo sublime espirito de Deus que enche todo o Universo"! Só desde que amava Amélia é que ouvia missa, para agradar à S. Joaneira.

E desejaria sobretudo apressar o casamento, para tirar Amélia daquela sociedade de beatas e padres, receando ter mais tarde uma mulher que tremesse do Inferno, passasse horas a rezar estações na Sé, e se confessasse aos padres "que arrancam às confessadas os segredos de alcova"!

Quando Amaro voltara a frequentar a Rua da Misericórdia, ficou contrariado. "Cá temos outra vez o marmanjo!", pensou. Mas que desgosto, quando reparou que Amélia tratava agora o pároco com uma familiaridade mais terna, que a presença dele lhe dava visivelmente uma animação singular, "e que havia uma espécie de namoro"! Como ela se fazia vermelha, mal ele entrava! Como o escutava, com uma admiração babosa! Como arranjava sempre a ficar ao pé dele nas partidas de quino!

Uma manhã, mais inquieto, veio à Rua da Misericórdia, - e enquanto a S. Joaneira tagarelava na cozinha, disse bruscamente a Amélia:

— Menina Amélia, sabe? Está-me a dar um grande desgosto com essas maneiras com que trata o Sr. padre Amaro.

Ela ergueu os olhos espantados:

— Que maneiras? Ora essa! Então como quer que o trate? É um amigo da casa, esteve aqui de hóspede...

— Pois sim, pois sim...

— Ah! mas sossegue. Se isso o quezila, verá. Não me torno a chegar para ao pé do homem.

João Eduardo, tranquilizado, raciocinou que "não havia nada". Aqueles modos eram excessos de beatério. Entusiasmo pela padraria!

Amélia decidiu então disfarçar o que lhe ia no coração: sempre considerara o escrevente um pouco tapado - e se ele percebera, que fariam as Gansosos tão finas, e a irmã do cônego que era curtida em malícia! Por isso mal sentia Amaro na escada, daí por diante, tomava uma atitude distraída, muito artificial; mas, ai! apenas ele lhe falava com a sua voz suave ou voltava para ela aqueles olhos negros que lhe faziam correr estremeções nos nervos, - como uma ligeira camada de neve que se derrete a um sol muito forte, a sua atitude fria desaparecia, e toda a sua pessoa era uma expressão contínua de paixão. Às vezes, absorvida no seu enlevo, esquecia que João Eduardo estava ali; e ficava toda surpreendida quando ouvia a um canto da sala a sua voz melancólica.

Ela sentia de resto que as amigas da mãe envolviam a sua "inclinação" pelo pároco numa aprovação muda e afável. Ele era, como dizia o cônego, o menino bonito: e das maneirinhas e dos olhares das velhas exalava-se uma admiração por ele que fazia ao desenvolvimento da paixão de Amélia uma atmosfera favorável. D. Maria da Assunção dizia-lhe às vezes ao ouvido:

— Olha para ele! É de inspirar fervor. É a honra do clero. Não há outro!...

E todas elas achavam em João Eduardo "um presta para nada"! Amélia então já não disfarçava a sua indiferença por ele: as chinelas que lhe andava a bordar tinham há muito desaparecido do cesto do trabalho, e já não vinha à janela vê-lo passar para o cartório.

A certeza agora tinha-se estabelecido na alma de João Eduardo - na alma, que como ele dizia, lhe andava mais negra que a noite.

— A rapariga gosta do padre, tinha ele concluído. E à dor da sua felicidade destruída juntava-se a aflição pela honra dela ameaçada.

Uma tarde, tendo-a visto sair da Sé, esperou-a adiante da botica, e muito decidido:

— Eu quero-lhe falar, menina Amélia... Isto não pode continuar assim... Eu não posso... A menina traz namoro com o pároco!

Ela mordeu o beiço, toda branca:

— O senhor está a insultar-me! - e queria seguir, toda indignada.

Ele reteve-a pela manga do casabeque: '

— Ouça, menina Amélia. Eu não a quero insultar, mas é que não sabe. Tenho andado, que até se me parte o coração. - E perdeu a voz, de comovido.

— Não tem razão... Não tem razão, balbuciava ela.

— Jure-me então que não há nada com o padre!

— Pela minha salvação!... Não há nada!... Mas também lhe digo, se tornar a falar em tal, ou a insultar-me, conto tudo à mamã, e o senhor escusa de nos voltar a casa.

— Oh menina Amélia...

— Não podemos continuar aqui a falar... Está ali já a D. Micaela a cocar.

Era uma velha, que levantara a cortina de cassa numa janela baixa, e espreita-la com olhinhos reluzentes e gulosos, a face toda ressequida encostada sofregamente á vidraça. Separaram-se então, - e a velha desconsolada deixou cair a cortina.

Amélia nessa noite - enquanto as senhoras discutiam com algazarra os missionários que então pregavam na Barrosa - disse baixo a Amaro, picando vivamente a costura:

— Precisamos ter cautela... Não olhe tanto para mim nem esteja tão chegado... Já houve quem reparasse.

Amaro recuou logo a cadeira para junto de D. Maria da Assunção; e, apesar da recomendação de Amélia, os seus olhos não se despregavam dela, numa interrogação muda e ansiosa, já assustado que as desconfianças da mãe ou a malícia das velhas "andassem armando escândalo". Depois do chá, no rumor das cadeiras que se acomodavam ao quino, perguntou-lhe rapidamente:

— Quem reparou?

— Ninguém. Eu é que tenho medo. É preciso disfarçar.

Desde então cessaram as olhadelas doces, os lugares chegadinhos à mesa, os segredos; e sentiam um gozo picante em afetar maneiras frias, tendo a certeza vaidosa da paixão que os inflamava. Era para Amélia delicioso - enquanto o padre Amaro afastado tagarelava com as senhoras - adorar a sua presença, a sua voz, as suas graças, com os olhos castamente aplicados às chinelas de João Eduardo que muito astutamente recomeçara a bordar.

Todavia o escrevente vivia ainda inquieto: amargurava-o encontrar o pároco instalado ali todas as noites, com a face próspera, a pema traçada, gozando a veneração das velhas. "A Ameliazinha, sim, agora portava-se bem, e era-lhe fiel, era-lhe fiel...": mas ele sabia que o pároco a desejava, a "cocava"; e apesar do juramento dela pela sua salvação, da certeza que não havia nada - temia que ela fosse lentamente penetrada por aquela admiração caturra das velhas, para quem o senhor pároco era um anjo: só se contentaria em arrancar Amélia (já empregado no governo civil) àquela casa beata: mas essa felicidade tardava a chegar - e saía todas as noites da Rua da Misericórdia mais apaixonado, com a vida estragada de ciúmes, odiando os padres, sem coragem para desistir. Era então que se punha a andar pelas ruas até tarde; às vezes voltava ainda ver as janelas fechadas da casa dela; ia depois à alameda ao pé do rio, mas o frio ramaIhar das árvores sobre a água negra entristecia-o mais; vinha então ao bilhar, olhava um momento os parceiros carambolando, o marcador, muito esguedelhado, que bocejava encostado ao reste. Um cheiro de mau petróleo sufocava. Saía; e dirigia-se, devagar, à redação da Voz do Distrito.

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